Tendência: vinhos naturais e mais baratos. É o desejo dos millennials

Cabernet Sauvignon (2)

O vinho, atualmente mais consumido pela geração nascida desde os anos de 1940, vem sendo descoberto pela geração millennials (pessoas nascidas a partir da década de 1980 e início dos anos 2000) de uma maneira diferente. Uma parte significativa desse grupo quer vinhos menos industrializados, produzidos de maneira mais autêntica, sem o uso de pesticidas nas plantações e produtos químicos na elaboração. Esse é um dos resultados dos debates ocorridos no Must Fermenting Ideas, seminário dedicado ao mundo dos vinhos realizado agora em junho no Centro de Congressos do Estoril, em Portugal.

A inglesa Lulie Halstead, CEO da Wine Intelligence, voltada para a estratégia dos negócios do vinho, disse que essa geração pode não ter o mesmo dinheiro ou prosperidade financeira dos que vieram antes dela, e isso, somado a uma maior consciência acerca dos problemas ambientais do planeta, leva a uma escolha crescente de vinhos naturais, orgânicos e biodinâmicos. A questão do preço depende da escala de produção, o que ainda é um problema em muitos países, mas Halstead tem certeza de que as novas gerações não querem comprar rótulos caros e marquetizados.

Uma das palestras mais interessantes foi a da jornalista americana Alice Feiring, justamente sobre os vinhos naturais. O que seriam? Para ela, autora de livros a respeito, são aqueles procedentes de agricultura orgânica e feitos do mesmo jeito usado pelos vinhateiros antigos, sem acrescentar ou retirar nada em sua elaboração.

Ainda um nicho no mercado, esses vinhos, também chamados de “autênticos”, apresentam um charme capaz de atrair cada vez mais os millennials. O que coloca um desafio à grande indústria, que nem sempre tem condições de abraçar a agricultura orgânica, mas pode limitar as correções químicas em seus laboratórios.