
A francesa Syrah teve seu nome adaptado para Shiraz, na Austrália, e os vinhos elaborados com ela são hoje a mais perfeita tradução vinícola do país. A sua introdução por lá foi iniciativa do escocês James Busby, que coletou mudas de videiras na Europa, principalmente na França e Espanha. E uma das variedades escolhidas foi a Syrah do sul francês, que Busby descreveu à sua maneira como Scyras ou Ciras. As mudas foram plantadas no Jardim Botânico de Sidney e no vale de Hunter, levadas depois para todo o sul da Austrália. Sua adaptação foi boa e ao longo do tempo tornou-se a uva emblemática do país, representando hoje a maior área plantada.
Entre suas principais regiões produtoras estão os vales de Hunter, Barossa, Clare e McLaren, no sul; a Península Mornington e o vale de Yarra, em Victoria; Rio Margaret e vale de Swan, no oeste do país. De acordo com a OIV, Organização Internacional da Vinha e do Vinho, a Austrália é atualmente o sexto maior produtor mundial de vinhos.
A seguir, minhas considerações sobre vários vinhos australianos no mercado brasileiro. A classificação vai de uma a 5 estrelas (ruim, regular, bom, ótimo, excelente).
Eight Songs Peter Lehmann 2009
****
Do vale de Barossa, 14,5% de álcool. Mostra consistência e desenvoltura com aroma e corpo reacendendo a frutas escuras em compota e madeira, taninos e acidez bem assentados. R$ 326,80 (Decanter)
Tournon Shay’s Flat 2012
****
Do produtor M. Chapoutier, Victoria, 14% de álcool. Vinho confortável, com aroma e gosto lembrando frutas negras em compota, pontinha de pimenta, bem equilibrado. US$ 86.50 (Mistral)
Green´s Vineyard Kilikanoon 2007
****
Do vale de Barossa, 14,5% de álcool. Aroma poderoso lembrando várias frutas negras maduras, além de madeira e chocolate. Taninos e acidez uniformes, longo final. R$ 336,90 (Decanter)
Elderton 2010
****
Do produtor de mesmo nome, vale de Barossa, 14,5% de álcool. Aroma de frutas negras e chocolate com fundo meio defumado. Taninos e acidez em boa composição. R$145 (Magnum)
Schild Estates 2009
***
Do vale de Barossa, 14,5% de álcool. Aroma penetrante de frutas negras maduras (sobretudo amora) antevendo taninos meigos e gosto de longa duração. R$ 137,30 (Decanter)
Bloodstone 2010
***
De Gemtree Vineyards, McLaren Vale, 14,5% de álcool. Aroma influente de frutas negras e chocolate, ligeira especiaria, taninos e acidez estáveis, gostoso. US$ 59.90 (Vinci)
Koonunga Hill 2009
***
Do produtor Penfolds, de Adelaide, 13,5% de álcool. Frutas vermelhas e baunilha na sequência aromática, corpo médio com equilíbrio de taninos e acidez. R$ 105,90 (Todovino-Interfood)
Heartland 2010
***
Do produtor de mesmo nome, vinhedo de Langhorne Creek, 14,8% de álcool. Aroma lembrando pimenta-do-reino, borracha e anis ao fundo, taninos cordiais. R$ 95 (Grand Cru)
Mitolo Jester 2010
***
Do produtor de mesmo nome, do McLaren Vale, 15,2% de álcool. Aroma declarado de frutas negras e cravo, taninos e acidez fluindo bem na boca. R$ 110 (Casa Flora/Porto-a-Porto)
Tournon Mathilda 2012
***
Do produtor M. Chapoutier, Victoria, 14% de álcool. Aroma fresco de frutas vermelhas e um tantinho de especiaria, corpo médio com taninos e acidez bem colocados. US$ 42.25 (Mistral)
Jacob´s Creek Reserve 2011
***
Do produtor de mesmo nome, vale de Barossa, 14,1% de álcool. Aroma de frutas negras e toques defumados, corpo médio com taninos e acidez amáveis. R$ 97 (Casa Flora/Porto-a-Porto)
Whiz Bang 2013
***
Do produtor Angove, vale de Barossa, 14,5% de álcool. Vinho alegre, com frutas vermelhas ao olfato, corpo espelhando a sensação leve. Para beber resfriado. R$ 89 (World Wine)
Long Row 2013
***
Do produtor Angove, região meridional da Austrália, 14,5% de álcool. Fresco e jovial, com aroma frutadinho, corpo também ligeiro. R$ 59 (World Wine)
The Footbolt 2009
***
Do produtor d’Aremberg, do McLaren Vale, 14,5% de álcool. Aroma persistente de frutas vermelhas, corpo médio, taninos e acidez ainda muito ativos. R$ 128 (Zahil)
Importadoras