Fazer o vinho respirar, isso é frescura?

O vinho português Buçaco: quanto mais velho sempre melhor
O vinho português Buçaco: quanto mais velho sempre melhor

A questão: abrir a garrafa e esperar uma ou duas horas melhora o vinho? Sim, ele ganha muito com isso, a aeração de suas moléculas libera os aromas e torna o sabor mais agradável. Isso é bem evidente com os tintos encorpados de safras recentes, que se tornam menos ásperos, ou menos tânicos. Suas garrafas devem ser desarrolhadas de 2 a 4 horas antes de serem servidos, com um pano ou guardanapo limpos em cima do gargalo para evitar a entrada de mosquitos alcoólatras…

Os tintos mais comuns e baratos também dão uma melhoradinha se abertos uma hora antes, tempo que também ajuda os brancos encorpados que passaram por estágio em madeira, tipo Chardonnay. Agora, se você não quiser esperar, despeje o vinho em um decanter e agite-o um pouco. Nada disso – tempo e decantação – vale para os espumantes em geral, por motivos óbvios: as bolhinhas irão alegremente para o espaço.

Quanto aos tintos mais antigos a história é outra, sendo bom passá-los para um decanter, filtrando a borra e eventuais pedacinhos da rolha. E não se deve esperar muito para levá-los às taças – se a lufada de ar faz bem aos jovens, podem levar os muito velhos para o vinagre em alguns minutos.

Você gosta de cerveja, cachaça ou vinho? E de queijos?

Então, há um livro novo para você curtir. Ideia: descobrir qual das três bebidas combina melhor com vários queijos feitos no Brasil. Ou vice-versa. “Queijos brasileiros à mesa”, da editora Senac, acaba de ser lançado unindo como autores dois craques em suas áreas: o mestre queijeiro Bruno Cabral e o grande sommelier Manoel Beato, um sabe-tudo quando o assunto é aumentar o prazer de comer e beber. Uma obra naturalmente deliciosa, com o currículo de uma série de queijos elaborados por aqui, por tipos (frescos, de massa filada, de casca lavada, com mofo branco ou azul, meia cura, curados, temperados, defumados), as diferentes maneiras de produzi-los, além de capítulos explicativos sobre as três bebidas e como elas se encaixam na harmonização com cada um deles.

Além do notório queijo Minas, o livro lista outros desconhecidos do grande público ou só familiares a algumas regiões brasileiras. Entre eles o Arupiara da Paraíba, o Braz mato-grossense, o Colonial gaúcho ou o Coração em Brasa da cidade paulista de Joanópolis. Várias outras dicas passeiam pelo livro: como cortar, comprar, conservar, as taças adequadas para as bebidas e sugestões de mesas de queijos para três ocasiões diferentes. Com fotos sugestivas de Luiz Henrique Mendes, o livro é uma “viagem” gostosa pelo mundo dos queijos, do vinho branco, tinto, espumante ou fortificado, de alguns tipos de cervejas estrangeiras (nessas, colaboração do especialista Cassio Piccolo) e de cachaças indicadas pelo tipo de madeira onde foram armazenadas (amburana, carvalho, bálsamo), além da branquinha. Tudo muito interessante e atual, menos o preço estipulado pela editora: R$114,90.

As uvas que fazem os vinhos mais populares do planeta

Cabernet Sauvignon
Cabernet Sauvignon

Quais são as uvas viníferas mais plantadas no mundo? Responder que a primeira a frequentar os rótulos é a Cabernet Sauvignon é fácil, mas descobrir que a espanhola Airen Blanca é a terceira provoca muita surpresa. Essa foi a conclusão de dois economistas da Universidade de Adelaide, Austrália, depois de estudar os vinhedos de 44 países cobrindo nada menos de 99% da extensão vitícola do globo.

Kym Anderson et Nanda R. Aryal, os autores da pesquisa, encontraram mundo afora 1.271 variedades de uvas, um número impressionante, embora a OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) indique que existam cerca de 6.000. Além do estudo direto, os dois levantaram outros dados interessantes, como os países que mais plantam Cabernet Sauvignon no mundo (Chile e China) e quais as uvas cujas superfícies tiveram maior aumento nas últimas duas décadas (Tempranillo e Syrah), indicando a preferência recente de consumo mundo afora.

As 10 campeãos são as seguintes:

1 – Cabernet Sauvignon, com 6% do vinhedo mundial

2 – Merlot, também com 6%

3 – Airen Blanca, plantada sobretudo em Valdepeñas e Mancha, com 5%

4 – Tempranillo, com 5%

5 – Chardonnay, com 4%

6 – Syrah, com 4%

7 – Grenache tinta, com 4%

8 – Sauvignon Blanc, com 2%

9 – Trebbiano branca, com 2%

10 – Pinot Noir, com 2% do total.

Uvas sendo prensadas para o começo da fermentação
Uvas sendo prensadas para o começo da fermentação

10 ótimas razões para beber vinho. Até para ele, Baco

Baco, meu deus!, não precisa exagerar na dose. Sei que nem sempre dá para controlar, principalmente se o vinho é dos deuses. Mas sua cara aí… vá devagar e confira aqui o TOP 10 das boas coisas que o vinho traz para a nossa saúde.

Memória tinindo

A velha frase “beber para esquecer” pode ser aplicada a variados graus de dor de cotovelo, mas não para quem bebe vinho como um grupo de senhoras inglesas com cerca de 70 anos, que sorveram regularmante uma taça e depois se lembraram de mais coisas (do arco da velha?) do que aquelas que ficaram na água, coitadas.

Trânsito melhor para as artérias

Os famosos antioxidantes do vinho são os soldados do bom combate contra artérias entupidas por feijoada, torresmo, frituras de calibres diversos e outras delícias – iguais ou melhores.

Até favorece o regime

A temível dilatação abdominal de quem bebe vinho moderamente é menor do que a daqueles que entortam a caneca com outros álcoois. Simples: uma taça de vinho queima mais calorias do que igual quantidade de aguardente ou cerveja.

Sono mais tranquilo

Uma ou duas taças de vinho algum tempo antes de dormir levam as pessoas aos braços de Morfeu mais serenamente, graças à melatonina presente na bebida. Quem enche a cara também acaba dormindo, mas no dia seguinte…

Imunidade adquirida

Sábado pé na jaca com embutidos e enlatados? Beba uma taça de vinho tinto antes: ajuda na prevenção de infecções alimentares do tipo salmonelose.

Bom para os ossos

É para todos, mas sobretudo para as pessoas idosas, mulheres à frente, contra os males da osteoporose. Esta tem explicação científica bacana: o vinho aumenta o estrogênio, que controla a atividade dos osteoclastos, células cujo papel é remover o tecido do osso velhusco.

Xô, tumor!

Os antioxidantes e fitoestrógenos encontrados no vinho ajudam a prevenir o câncer de ovário, segundo estudos feitos por cientistas australianos e de vários outros países. As mulheres que bebem regularmente uma taça de vinho têm 50% menos chances de desenvolvê-lo.

Menos rugas, pele mais clara

Alguns SPAs enchem suas banheiras com vinho tinto (pode mergulhar, mas e se ele for bom?). Novamente os antioxidantes irão fazer bem, desta vez para retardar um pouquinho os efeitos do envelhecimento. Mas cuidado: dormir na banheira faz voltar o enrugo.

Sorria com seus dentes limpos e brilhantes

Os polifenóis, ou compostos fenólicos, são outro tipo de substâncias antioxidantes que abundam no vinho tinto. Deixam as gengivas mais fortes e protegidas de inflamação, além de reforçar o esmalte dos dentes. Detalhe: o vinho tem de ser bom e feito com uvas viníferas, não aquele meio doce que deixa a língua roxinha…

Seus cabelos estão lindos!

O resveratrol presente no vinho tinto é um amigo dos cabelos, impedindo carecas prematuras e permitindo melhor circulação dos vasos sanguíneos, o que reduz pra caramba o risco de caspa. Vai uma massagem na cuca com Merlot?

Todas essas conclusões foram baseadas em diferentes estudos científicos em vários países e alguém mal-humorado pode não gostar (azar dele). No mínimo, o vinho nos deixa mais felizes em companhia dos amigos e da família e isso é sempre bom para a saúde. Em tempo: a ilustração do Baco grogue, provavelmente no dia seguinte a uma poderosa festa báquica, está na parede de entrada da vinícola Cortes de Cima, no Alentejo, Portugal.

Vinhos para momentos especiais

A compra de vinhos para o dia a dia sempre leva em conta uma qualidade pelo menos razoável do líquido e um preço na mesma linha. Mas há ocasiões que merecem uma comemoração à altura da alegria que proporcionam. A importadora Decanter fez uma seleção de alguns de seus vinhos mais emblemáticos para uma degustação durante a Expovinis, realizada em São Paulo, e recolhi impressões sobre alguns que me me deixaram bela impressão.

Se você gosta de surpreender os convidados com vinhos incomuns, o Vinogradi Fon Vitovska 2012, um branco da Eslovênia, pode ser um bom começo. Vitovska é a uva, para um vinho bem seco, com fina acidez, perfeito para o aperitivo. R$276,60.

Em outro estilo, este mais frutado e com sabor concentrado de especiarias, está o Riesling Erstes Gewächs Hölle Trocken 2010, do produtor Franz Künstler, alemão de Reinghau. R$290,10.

O Ribolla Gialla Anfora 2006, do produtor Gravner, do Friuli, Itália, é também um branco de impacto no aroma e sabor amplos, diferente e longo na boca, lembrando ervas de tempero e damasco seco. R$485,20

O tinto Sassella Rocce Rosse Riserva 2001, da vinícola Ar Pe Pe, Lombardia, Itália, é um encanto e cativa com seu corpo equilibrado e seco, lembrando funghi porcini. Maravilhoso para quem aprecia vinhos de safras mais antigas. R$436,80

Outro tinto, este com a pegada portuguesa do Douro, é o Alves de Sousa Reserva Pessoal 2005, com uma densidade de aroma e sabor (frutas negras, cedro) que impressiona. Tem longa permanência. R$377,90

Para a sobremesa, para meditar e seguir com ele na memória por muito tempo: o branco fortificado Domingos Soares Franco Moscatel Roxo 20 Anos, da vinícola portuguesa José Maria da Fonseca. Poesia em estado líquido. R$632,80

E para terminar, ou começar, você acredita em um espumante italiano que rivaliza com os grandes champagnes millesimés? A vinícola Ferrari confirma a lenda do nome. Não faz bólidos, mas elabora borbulhantes espetaculares, de acidez perfeita e duradoura, como o Giulio Ferrari Riserva del Fondatore 2002. R$640,60

www.decanter.com.br

O perigo das ofertas de vinhos pela internet

Você compra vinhos pela internet? Um item importante na hora de digitar os números do cartão de crédito no site é a oferta das importadoras, lojas e clubes de vinho. Mas o bom preço é suficiente? Não, é preciso um mínimo de informação sobre o vinho para saber se vale a pena arriscar o dinheiro nessas garrafas.

A internet vem sendo cada vez mais usada para essa checagem. O problema é a credibilidade de quem passa a informação. Tenho dado gostosas risadas quando amigos me repassam e-mails que recebem com vinhos em oferta, pedindo minha opinião. Respondo com prazer e até exercitando um pouco de sadismo, confesso, ao comentar em tom meio gaiato o texto grandiloquente e praticamente inverossímil sobre as supostas qualidades daquele vinho. O aroma tem isso e aquilo, o sabor é um espanto e o retrogosto, ah, o retrogosto, vai transportar o destinatário do e-mail a altiplanos de sensações. Tudo por R$29,90.

Nesses casos e para escapar da possível desova de estoques altos de vinhos meia-boca, a internet ganha importância para o filtro da informação, com a procura por opiniões independentes e objetivas. Pessoalmente, tento passar para o leitor questões básicas: a intensidade do aroma, o nível de acidez e de taninos (que influenciam demais na qualidade) e se o vinho oferece uma sensação boa e possivelmente duradoura depois de bebido. Mais do que isso é um aditivo do qual o leitor pode ou não desconfiar. O ideal, talvez, seria fazer como o vendedor de uma loja de bebidas no Mercadão de São Paulo, que ouvi dando uma opinião definitiva a um indeciso cliente sobre certa garrafa. “Este vinho? É o bicho!”, disse ele. O cliente comprou.

Os vinhos com Pinot Noir da Nova Zelândia: frutados e elegantes

Vinhedos Sileni, Hawke’s Bay
Vinhedos Sileni, Hawke’s Bay

Em meio a cenários deslumbrantes, o território neozelandês abriga três uvas principais: Sauvignon Blanc, Chardonnay e Pinot Noir, bem adaptadas ao seu clima frio. Dividido em duas ilhas, o país tem uma viticultura relativamente nova e suas duas principais regiões produtoras são Hawkes Bay (a sudeste da Ilha Norte) e Marlborough (a nordeste da Ilha Sul). Otago, no extremo sul, também é importante. O frio ajudou na escolha da Pinot Noir como principal variedade para os tintos e a Nova Zelândia se orgulha hoje de apresentar uma produção com identidade própria, em que o frutado sempre presente nesse vinho ganha um sutil contorno de madeira para a harmonia dos taninos.

Apresento 10 vinhos de produtores com reputação garantida e que mostraram a boa hora neozelandesa no mercado, embora os preços por aqui não sejam tão amigáveis, comprometidos pelo frete de longa distância e, claro, pelos impostos brasileiros. A classificação vai de uma a 5 estrelas (ruim, regular, bom, ótimo, excelente).

Vinhedos Isabel, Marlborough
Vinhedos Isabel, Marlborough

Felton Road Bannockburn 2010

****

Do produtor de mesmo nome, região de Central Otago, 14% de álcool. Aroma denso de frutas negras e cogumelos antevendo o sabor bem concentrado, com taninos e acidez coerentes, final longo. US$ 113.50 (Mistral)

Greywacke 2011

****

Do produtor Kevin Judd, região de Marlborough, 14% de álcool. Uma boa impressão inicial de amora e framboesa em aroma dosado pelo tostado apetitoso. Suculento ao paladar, com taninos e acidez equilibrados. R$ 238 (Casa Flora/Porto-a-Porto)

Saint Clair Pioneer Block 2011

****

Da região de Marlborough, 13,5% de álcool. Boa expressão frutada, com amora e especiarias. Um ligeiro tostado aparece ao longo da degustação e, junto com os taninos e acidez precisos, torna esse vinho muito agradável. R$ 146 (Grand Cru)

The Crossings Reserve 2010

****

De Awatere Valley, Marlborough, 14,5% de álcool. Confirma a vocação do país para a produção da Pinot Noir, aqui em grande estilo com aroma sedutor de frutas vermelhas e leve madeira, taninos e acidez agudos, gastronômicos. R$ 230 (MaxBrands)

Isabel 2005

****

Do produtor de mesmo nome, região de Marlborough, 13,5% de álcool. Esse vinho prova que a tampa metálica de rosca funciona bem. Seu aroma e sabor ficaram preservados, com frutas passas (ameixa, figo), um toque de canela e taninos e acidez sensíveis. US$ 79.90 (Mistral)

Framingham 2008

***

Da região de Marlborough, 13,5% de álcool. A sugestão frutada é evidente, com framboesa e cereja em primeiro plano, seguida pelo corpo médio envolto por taninos e acidez bem comportados. R$ 162 (Zahil)

Schubert 2009

***

Do produtor de mesmo nome em Wairarapa, região de Martinborough, 15% de álcool. Aroma elegante de frutas vermelhas maduras, sabor acompanhando essa característica em meio a taninos e acidez moderados. R$ 127,90 (World Wine)

Sileni The Plateau 2012

***

Do produtor de mesmo nome, região de Hawke’s Bay, 13% de álcool. Tradicional aroma de frutas vermelhas com alguma incidência terrosa. Taninos e acidez em pacata harmonia para uma permanência prazerosa. US$ 49.90 (Mistral)

Brancott Letter Series T 2012

***

Da região de Marlborough, 13,5% de álcool. As frutas vermelhas maduras insinuam o sabor amável, com taninos e acidez indulgentes no corpo médio, final com alguma sugestão de baunilha. R$ 112 (Casa Flora/Porto-a-Porto)

The Crossings 2011

***

De Awatere Valley, Marlborough, 14% de álcool. Frutas negras e madeira em primeiro plano, evoluindo para leve sugestão de cacau em meio a taninos macios e acidez flexível. R$ 140 (MaxBrands)

Importadoras:

www.casaflora.com.br

www.grandcru.com.br

www.mistral.com.br

www.mxbrands.com.br

www.portoaporto.com.br

www.worldwine.com.br

www.zahil.com.br

O bom caráter dos vinhos australianos com a uva Shiraz

Vinhedo Chapoutier
Vinhedo Chapoutier

A francesa Syrah teve seu nome adaptado para Shiraz, na Austrália, e os vinhos elaborados com ela são hoje a mais perfeita tradução vinícola do país. A sua introdução por lá foi iniciativa do escocês James Busby, que coletou mudas de videiras na Europa, principalmente na França e Espanha. E uma das variedades escolhidas foi a Syrah do sul francês, que Busby descreveu à sua maneira como Scyras ou Ciras. As mudas foram plantadas no Jardim Botânico de Sidney e no vale de Hunter, levadas depois para todo o sul da Austrália. Sua adaptação foi boa e ao longo do tempo tornou-se a uva emblemática do país, representando hoje a maior área plantada.

Entre suas principais regiões produtoras estão os vales de Hunter, Barossa, Clare e McLaren, no sul; a Península Mornington e o vale de Yarra, em Victoria; Rio Margaret e vale de Swan, no oeste do país. De acordo com a OIV, Organização Internacional da Vinha e do Vinho, a Austrália é atualmente o sexto maior produtor mundial de vinhos.

A seguir, minhas considerações sobre vários vinhos australianos no mercado brasileiro. A classificação vai de uma a 5 estrelas (ruim, regular, bom, ótimo, excelente).

Eight Songs Peter Lehmann 2009

****

Do vale de Barossa, 14,5% de álcool. Mostra consistência e desenvoltura com aroma e corpo reacendendo a frutas escuras em compota e madeira, taninos e acidez bem assentados. R$ 326,80 (Decanter)

Tournon Shay’s Flat 2012

****

Do produtor M. Chapoutier, Victoria, 14% de álcool. Vinho confortável, com aroma e gosto lembrando frutas negras em compota, pontinha de pimenta, bem equilibrado. US$ 86.50 (Mistral)

Green´s Vineyard Kilikanoon 2007

****

Do vale de Barossa, 14,5% de álcool. Aroma poderoso lembrando várias frutas negras maduras, além de madeira e chocolate. Taninos e acidez uniformes, longo final. R$ 336,90 (Decanter)

Elderton 2010

****

Do produtor de mesmo nome, vale de Barossa, 14,5% de álcool. Aroma de frutas negras e chocolate com fundo meio defumado. Taninos e acidez em boa composição. R$145 (Magnum)

Schild Estates 2009

***

Do vale de Barossa, 14,5% de álcool. Aroma penetrante de frutas negras maduras (sobretudo amora) antevendo taninos meigos e gosto de longa duração. R$ 137,30 (Decanter)

Bloodstone 2010

***

De Gemtree Vineyards, McLaren Vale, 14,5% de álcool. Aroma influente de frutas negras e chocolate, ligeira especiaria, taninos e acidez estáveis, gostoso. US$ 59.90 (Vinci)

Koonunga Hill 2009

***

Do produtor Penfolds, de Adelaide, 13,5% de álcool. Frutas vermelhas e baunilha na sequência aromática, corpo médio com equilíbrio de taninos e acidez. R$ 105,90 (Todovino-Interfood)

Heartland 2010

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Do produtor de mesmo nome, vinhedo de Langhorne Creek, 14,8% de álcool. Aroma lembrando pimenta-do-reino, borracha e anis ao fundo, taninos cordiais. R$ 95 (Grand Cru)

Mitolo Jester 2010

***

Do produtor de mesmo nome, do McLaren Vale, 15,2% de álcool. Aroma declarado de frutas negras e cravo, taninos e acidez fluindo bem na boca. R$ 110 (Casa Flora/Porto-a-Porto)

Tournon Mathilda 2012

***

Do produtor M. Chapoutier, Victoria, 14% de álcool. Aroma fresco de frutas vermelhas e um tantinho de especiaria, corpo médio com taninos e acidez bem colocados. US$ 42.25 (Mistral)

Jacob´s Creek Reserve 2011

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Do produtor de mesmo nome, vale de Barossa, 14,1% de álcool. Aroma de frutas negras e toques defumados, corpo médio com taninos e acidez amáveis. R$ 97 (Casa Flora/Porto-a-Porto)

Whiz Bang 2013

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Do produtor Angove, vale de Barossa, 14,5% de álcool. Vinho alegre, com frutas vermelhas ao olfato, corpo espelhando a sensação leve. Para beber resfriado. R$ 89 (World Wine)

Long Row 2013

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Do produtor Angove, região meridional da Austrália, 14,5% de álcool. Fresco e jovial, com aroma frutadinho, corpo também ligeiro. R$ 59 (World Wine)

The Footbolt 2009

***

Do produtor d’Aremberg, do McLaren Vale, 14,5% de álcool. Aroma persistente de frutas vermelhas, corpo médio, taninos e acidez ainda muito ativos. R$ 128 (Zahil)

Importadoras

www.casaflora.com.br

www.decanter.com.br

www.grandcru.com.br

www.magnumimportadora.com

www.mistral.com.br

www.portoaporto.com.br

www.todovino.com.br

www.vinci.com.br

www.worldwine.com.br

www.zahil.com.br

O segredo dos enólogos para agradar quem gosta de vinhos macios

O que é o tal do vinho redondo que agrada tanta gente, chegando à boca sem muita acidez ou aquele travo provocado pelos taninos? O que faz um vinho seco passar essa sensação agradável ao paladar? O segredo dos enólogos: provocar mais uma fermentação no vinho, chamada de malolática. É usada em quase todos os vinhos tintos – raramente nos brancos – após a fermentação alcoólica, na qual as leveduras transformam o açúcar do mosto (uvas esmagadas) em álcool. Uma vez terminado esse processo, o enólogo pode provocar essa segunda fermentação usando bactérias láticas vendidas por laboratórios, como a Oenococcus Oeni, que converterão o ácido málico (que tem aspecto de cristais brancos e sabor bem azedo) em ácido lático (do latim lactis, leite), mais ameno. Resultado: menor grau de acidez. Além disso, a fermentação malolática pode interferir no aroma e gosto do vinho. Mal controlada, pode provocar a degradação de outras substâncias, como o ácido cítrico, fazendo o vinho ir para o vinagre. Se tudo for feito direitinho, teremos um produto feito sob medida para quem gosta de vinho que desce redondo e macio.

Carne e vinho no rítmo do bem-estar

Foto Cris Araújo
Foto Cris Araújo

O frio está chegando e a vontade de esquentar momentos com um tinto é tentadora. E ainda por cima, evitando o mau colesterol enquanto se mastiga a carne vermelha preferida. O vinho tinto é sempre a boa solução. Cientistas fizeram uma pesquisa com um grupo de voluntários dando a eles somente carne de peru durante quatro dias, sem vinho. Com os exames, descobriram que um composto chamado malondialdeído (MDA) em sua corrente sanguínea modificou os níveis de colesterol, aumentando-os.

Mas quando um grupo menor formado pelos mesmos indivíduos da experiência anterior comeu carne vermelha pelos mesmos quatro dias, junto a uma taça de vinho tinto, seus níveis de colesterol não aumentaram e, em alguns casos, até diminuíram.

A revelação é do professor Ron Cohen, do Instituto de Pesquisas de Drogas da Universidade Hebraica de Jerusalém, justificando que os antioxidantes do vinho tinto, conhecidos como polifenóis, barraram a ação nociva de compostos da carne que se acumulam na corrente sanguínea, aqueles responsáveis pelo mau colesterol. Eles foram absorvidos no intestino e não entraram na corrente sanguínea.

Conclusão: peru no Natal e carne vermelha com vinho tinto nos outros santos dias.